Eu gostaria de agradecer imensamente ao mês de junho, que foi um grande querido. Me fez escrever pouco, verdade seja dita. Mas me fez viver um bocado. Obrigada, junhozinho, seu maluco. Obrigada, gêmeos, vocês realmente sabem sacudir o coreto da minha vida, chacoalhar meu coração, meu cérebro, meu cu. Que coisa, Brasil. Sei que calendário é pura invenção, mas isso aqui também é. Literatura, viver, tudo invenção. Então era só isso mesmo. Pra entrar para o meu registro mental, porém público: que junho foi foda. Também foi terrível, porque assim é a vida. Mas quando foi bom, foi bom no talo. Agradecer ao tesão, esse cavalo indomável e selvagem, que me motiva a praticamente tudo: desde levantar da cama até comer. Tesão sexual é bom mas não reside apenas aí. Reside em viver mesmo. É só com tesão que a gente consegue viver nos tempos que correm. Porque capitalismo assola e detona tudo. Trevas. Tesão rolando, a história muda. A detonação mundial permanece, mas o corpo vibra e dança em cima dos escombros. Macabro? Talvez. Mas o que nos resta? Se já perdemos quase tudo, vamos perder também a última instância da liberdade corporal, emocional? NOT TODAY, SATAN.
Que o tesão esteja convosco.
“Agonia do Eros”, Byung-Chul Han
Seu tesão pela vida me inspira! Sou mto grata por conhecer alguém que ri e que chora, que é lúcida alucinada nesse mundo tão conturbado. Ter você como referência me dá um alívio. Obrigada por existir fazendo arte.
tenho um amigo que diz: vamos aprender a sambar na descida (ladeira abaixo…)